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Donatus Gadiye

Temos o prazer de apresentar nosso Amigo do Mês de Junho, Donatus Gadiye. Donatus é o Coordenador de Monitorização de Elefantes da Autoridade da Área de Conservação de Ngorongoro, da Tanzânia (NCAA). A Fundação EPI começou recentemente a prestar assessoria técnica à NCAA relativamente ao Conflito Homem-Elefante (CHE).


Donatus Gadiye com uma coleira de elefante.

Donatus - conte-nos um pouco sobre si ... de que parte da Tanzânia é natural e se interessou-se pela vida selvagem desde criança?

Nasci em Karatu, na região de Arusha, há 47 anos. Cresci num vilarejo que faz fronteira com a Reserva Florestal das Terras Altas do Norte (NHFR) de Ngorongoro. Quando eu era jovem, animais selvagens como elefantes, búfalos, rinocerontes, cães selvagens, só para citar alguns, eram comuns. Mas não me alegrava nada com os chacais, texugos de mel e hienas porque roubavam as minhas galinhas e os meus leitões. Enquanto frequentava o ensino médio, fizemos uma viagem com a turma à cratera de Ngorongoro e ao Parque Nacional do Serengeti. Essa viagem mudou a minha vida. Comecei a aprender sobre o comportamento da vida selvagem e sua importância cultural, social e económica. Depois da escola, frequentei um curso de guias turísticos em Arusha. Candidatei-me à um posto de guarda-florestal na Autoridade da Área de Conservação de Ngorongoro (NCAA). Aceitaram-me e deram-me um posto dentro da cratera de Ngorongoro para monitorizar rinocerontes negros. Mais tarde, fui enviado para monitorizar elefantes dentro e ao redor da NCAA. Esse é o trabalho que faço até hoje e adoro.


Quais são as suas principais responsabilidades?

Eu monitorizo o movimento dos elefantes, estabeleço as áreas de vida das famílias e dos indivíduos, estudo a demografia dos elefantes e quantifico a magnitude do Conflito Homem-Elefante (CHE) enquanto sugiro e implemento as melhores medidas de mitigação.


Muito recentemente, temos falado sobre o aumento do CHE em toda a África. Por experiência própria, acha que o CHE está realmente a intensificar-se? Ou apenas fala-se mais sobre isso?

Na minha área, o CHE é REAL. Pessoas estão a perder as suas colheitas, ferimentos e mortes de humanos estão a tornar-se comuns e vimos mortes de elefantes por retaliação, usando lanças e veneno. Nos últimos anos, a Área de Conservação de Ngorongoro (NCA) quase se desvinculou do Parque Nacional do Lago Manyara. Os antigos corredores de elefantes foram transformados em fazendas e os elefantes perderam as suas rotas migratórias.


E ... na sua opinião quais são as respostas mais eficazes para o CHE?

As melhores opções são: educar as pessoas sobre a importância da conservação dos elefantes, abrir corredores migratórios e impedir a invasão, erguer cercas (com uso de plantações de pimenta malagueta, colmeias e cercas eléctricas) em áreas já ocupadas por humanos e também localizar todos os pontos e fazer visitas frequentes para conter os elefantes dentro do parque. Finalmente, quando temos elefantes com coleiras de localização GPS instaladas, podemos ver os elefantes que se aproximam das áreas da comunidade e enviamos os guardas-florestais para responder atempadamente.


Trabalha numa das áreas com vida selvagem mais preciosas de toda a África. O que mais gosta no seu trabalho e está optimista quanto ao futuro de Ngorongoro?

Sinto-me privilegiado por trabalhar no Ngorongoro e ajudar na sua conservação. Não se trata de salário, mas sim da sobrevivência dos elefantes e de outros animais selvagens e de melhorar a vida das pessoas. Estou optimista de que o futuro de Ngorongoro será magnifico, apesar do seu modelo de uso diversificado do solo estar em risco.

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